Cada vez mais o planejamento na construção civil se torna indispensável, principalmente em tempos no qual o setor está altamente aquecido, provocando escassez de mão de obra, fila de espera para locação de equipamentos e maiores prazos de entrega de suprimentos. Tudo isso ocasionado pela grande demanda do setor, que foi impulsionado por eventos como o “boom” imobiliário, obras do PAC e Copa do Mundo de 2014.

Como já dizia o Guru da administração, Peter Drucker: “O planejamento não é uma tentativa de predizer o que vai acontecer. O planejamento é um instrumento para raciocinar agora, sobre que trabalhos e ações serão necessários hoje, para merecermos um futuro.” Portanto, é fundamental planejar previamente, quem, quando, onde e como será realizada cada etapa do objetivo a ser alcançado, que para o nosso caso é a obra ou o empreendimento.

Ao planejarmos adequadamente uma obra ou empreendimento, conseguimos responder questões como: Qual será o investimento? Qual o prazo necessário? Qual a qualidade requerida? Quais os riscos envolvidos? Quais os recursos serão necessários? E o que precisará ser comprado ou contratado? Ou seja, essas perguntas só são possíveis serem respondidas se o planejamento for realizado adequadamente. Isso não significa elaborar apenas um cronograma utilizando softwares como Microsoft Project ou Primavera. Significa elaborar um planejamento completo contemplando áreas de conhecimento como: Escopo, Prazo, Custo, Qualidade, Recursos Humanos, Comunicações, Riscos e Aquisições, acrescentando ainda, áreas como Segurança e Sustentabilidade, cada vez mais indispensáveis para o sucesso de qualquer empreendimento. Gerando ao final da fase o chamado Plano de Gerenciamento do projeto ou empreendimento, que comtempla toda a documentação de planejamento e responde as perguntas citadas acima.

Planejar adequadamente requer conhecimento, experiência e principalmente disponibilizar um prazo adequado para esta fase. Contraditoriamente, este último requisito é o que menos se consegue, devido aos prazos cada vez menores dos projetos, principalmente no nosso país, que infelizmente, tem a cultura de se dedicar pouco ou quase nenhum tempo à fase de planejamento. Diferentemente de países europeus, que passam mais tempo planejando para se levar menos executando. Nós brasileiros, preferimos não disponibilizar muita energia (tempo e recursos) para a fase de planejamento e acabamos gastando tempo além do necessário, e geralmente além do previsto, durante a fase de execução, e o que é pior, geralmente gastando-se mais do que o previsto e se expondo a riscos que poderiam ter sido previstos.

Fica evidente que o tempo e os recursos investidos no planejamento são recompensados na fase de execução e nos faz merecer um futuro, ou seja, uma obra ou empreendimento executado com sucesso – no prazo planejado, no custo orçado, com riscos calculados e na qualidade requerida. Portanto, planejar é preciso!

Autor: Fábio Amparo, PMP
Engenheiro Civil e Sócio-diretor da CGradin